terça-feira, 24 de setembro de 2013

A IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO NA FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA CRÍTICA


Baruana Calado dos Santos
Guilherme Cavicchioli Uchimura



A experiência universitária do estudante é muitas vezes limitada ao ensino tradicional das salas de aula, ou mesmo a projetos de pesquisa alheios à plural realidade social da qual a universidade faz parte. 

Na área do ensino do direito em específico, o pensamento positivista dominante e a perspectiva dogmática do fenômeno jurídico tornam o curso, na prática, um curso de formação técnica. Há muito tempo se fala em uma crise do ensino jurídico, que apenas parece ter se agravado cada vez mais. Hoje, os problemas remetem às perspectivas com que o estudante entra na faculdade, muitos pensando apenas em obter o título da graduação para ingressar em concursos públicos, e outros em passar no exame da ordem, ambos preocupados somente no caminho para o sucesso pessoal. 

Isso leva a uma falha na formação do acadêmico, que vê a universidade apenas como um meio de adquirir conhecimentos técnicos para suas futuras carreiras jurídicas e não consegue perceber sua importância tanto no cumprimento da função social da universidade quanto na construção do próprio conhecimento. 

Nesse contexto, ao aproximar a realidade acadêmica da comunitária, a extensão adquire uma importância irrenunciável na área jurídica. O século XX guardou a reformulação do papel da universidade no âmbito social. Apesar da grande influência da vertente economicista e produtivista na universidade, houve um apelo à sua responsabilidade social, fazendo emergir a extensão universitária como crítica ao isolamento da universidade do restante da sociedade, na tentativa de extrapolar o caráter elitista nela imperante. 

O projeto Lutas é um sólido exemplo da importância das atividades extensionistas na formação da consciência crítica dos alunos, pois constituiu um espaço para desenvolver uma perspectiva alternativa do fenômeno jurídico. Os participantes deste projeto, desde a discussão teórica até a práxis extensionista, procuram olhar para as possibilidades do direito para além da manutenção do status quo e do papel restrito do advogado como reprodutor do sistema jurídico vigente. 

O grupo busca a experiência concreta de métodos alternativos de solução de conflito e da rotina de serviços legais populares, demarcando desde o início seu compromisso com a intervenção na realidade. Com a dialética da participação, comunidade e universidade aprendem e constroem em conjunto. 

Neste ano de 2013, como principais ações do grupo, citam-se o I Congresso Direito Vivo ocorrido em abril e a criação e aplicação do Curso de Formação de Associação de Moradores. São atividades que englobam tanto discussões teóricas quanto ações práticas, o que leva o grupo a seus primeiros passos de uma práxis extensionista crítica, visando seu fortalecimento para, no futuro próximo, consolidar-se como uma referência concreta de Assessoria Jurídica Popular na Universidade Estadual de Londrina.

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